sábado, 21 de março de 2009

Higiene Pessoal - BANHO

 Banho

Não é de surpreender que a ideia de tomar banho para manter a pele limpa esteja intimamente associada ao conceito de saúde: a pele, um casaco semi-impermeável de alta tecnologia, 5 camadas e quase 2 metros quadrados de tamanho, é a principal barreira contra os agentes nocivos presentes no meio ambiente.

As origens do banho se estendem para muito antes da pré-história. Materiais saponificastes anteriores a 2.800 a.C. foram encontrados em cilindros escavados nas ruínas da antiga Babilónia. As inscrições indicavam que aquele material era utilizado para limpeza dos cabelos e para auxiliar a confecção de penteados. Os antigos egípcios também  banhavam-se bastante: os Papiros de Ebers, datados de 1.500 a.C., descrevem uma mistura de diversos sais e óleos utilizados para higiene pessoal.


Na civilização Ocidental, coube aos Romanos a difusão do hábito. Os primeiros Banhos Romanos foram construídos 300 anos antes de Cristo. No seu auge, Roma contava com mais de 13 aquedutos para manter seus habitantes sempre limpos. Contudo, com o declínio do Império, os Banhos também perderam gradativamente a popularidade.


Na Idade Média, os médicos desencorajavam o banho, afirmando que ele retirava as camadas mais protectoras da pele, aumentando o risco de doenças. Mas todo mundo sabe bem onde as excelentes ideias de higiene pessoal daquele tempo foram dar: numa Peste que dizimou quase metade da população da Europa.


O banho tornaria-se novamente um hábito no Ocidente apenas no Século XVII, quando os químicos franceses Nicholas Leblanc e Michel Eugene Chevreul aprimoraram as técnicas para fabricação de sabonetes. Mais ou menos no mesmo período, a descoberta dos Micróbios deu um impulso adicional ao conceito de higiene. Por volta de 1880, os chuveiros já eram parecidos com os nossos e o banho havia se tornado uma rotina. Como resposta, a lâmina de barbear descartável surgiria em 1895 e a escova de dente como a conhecemos, em 1938.


Mas a história do banho não termina neste mar de rosas. Da metade do Século XX para cá, alguns cientistas voltaram a questionar a sua validade. Estudos realizados na década de 1960 mostraram que um bom banho na verdade espalha as bactérias da pele no ambiente à sua volta, podendo aumentar o número de micro organismos nas camadas mais superficiais. Como consequência, os cirurgiões passaram a ser orientados a não tomar banho imediatamente antes de entrarem no bloco cirúrgico.


Alguns pesquisadores cascões também observaram que, mesmo após vários dias sem banho, a população bacteriana da pele permanece estável, fornecendo uma excelente desculpa para adolescentes mais preguiçosos.


A verdade é que, excepto pelo hábito de lavar as mãos, não existem muitas evidências científicas associando o banho ou a limpeza geral da pele à prevenção de infecções. O banho frequente, afirmam vários cientistas, pode possuir vários benefícios estéticos, relaxantes e odoríficos, mas parece servir pouco do ponto de vista microbiológico.


Ainda assim, recomenda-se que tome banho todos os dias. Se não o fizer por razões microbiológicas, faça-o baseado na premissa de combate ao stress e descoberta do corpo. Afinal de contas, em que outra situação você se desligaria do mundo, enquanto explora os dedos dos pés? Só mesmo durante um bom, morno e relaxante banho.

(Fonte: Alessandro Loiola (extractos)

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